terça-feira, 1 de junho de 2010

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E estavam as duas gurias sentadas lado a lado, há algum tempo. Assim, olhando cada uma para seu horizonte infinito, sem olhar para o lado. Bateu um vento e o cachecol de uma foi brincar com os cabelos maiores da outra. Viraram-se. Cara a cara. Sorriram. E então decidiram dar as mãos e caminhar juntas pela grama, enquanto o vento batia, o mar abaixo do precipício trazia ondas quebrantes e tudo seguia em perfeita ordem. O sol se pôs. A lua chegou. O sol nasceu. A lua dormiu. O sol se foi. A lua chegou. O sol surgiu. A lua escondeu-se. E foi assim, dia após dia. Tudo era troca de sorrisos e flores e passeios e lugares bonitos. Até que começou a chover. Nuvens escuras tomaram conta de tudo e, naquele pequeno espaço onde só a felicidade reinava, tudo começou a ruir. Olharam-se espantadas e notaram que as mãos não estavam mais unidas. A chuva piorou e piorou e piorou. Entreolharam-se. A primeira correu. Correu e correu em direção ao precipício. A outra a seguiu, sem entender muito. Num segundo instante, a mesma primeira jogou-se buraco abaixo, caindo no mar. Mas pobre da segunda, espetou o pé no espinho de uma rosa vermelha, que por obra do acaso estava ali, parada na beira do precipício. Sentou-se ali, com o espinho no pé e não pôde pular também...
E continuou a chover, enquanto uma observava lá encima a outra nadando no mar de ondas furiosas. Enfim, ambas sufocando.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Por Natana Boletini, na véspera de Natal.
Ano: 2009



Observava a imagem repetida através da janela do trem. Os trilhos, os prédios, as casas, o céu... O barulho e o chacoalhar do veículo faziam com que meu corpo pendesse pro lado da janela, onde eu estava encostada. Meus olhos estavam pesados, ora fechavam, ora abriam sem razão. Aquele torpor recheado com a brisa vinda de fora ia tomando conta de mim mais e mais... Muitos bocejos, vários chacoalhões e um quase cochilo. Um trem acabara de passar na direção contrária, aumentando o vento que adentrava e vinha diretamente sobre mim. Aquele barulho era bem incômodo também. Respirei fundo e continuei firme, tentando não dormir mais, sei lá porquê. Meu pai cochilava tranquilamente no assento à minha frente e eu não via a hora de chegar na nossa estação e correr até nossa casa! Respirei fundo novamente e desta vez estava prestes a fechar os olhos, sem querer exitar, quando fui surpreendida por outro trem na direção contrária. Mas não era algo muito comum...definitivamente! Havia palhaços sentados do lado de fora do veículo? Sim! E eles sorriam daquele jeito sinistro e irônico, com suas roupas coloridas e cheias de bolinhas e babados e essas coisas que normalmente vemos em roupas de palhaços. Tinham perucas igualmente coloridas e de diversas formas... Eram pelo menos quinze deles distribuídos pelos vagões. Conforme o outro trem passava, ia diminuindo a velocidade e os palhaços apenas continuavam a sorrir e se balançar um pouco. Cerrei os olhos e os abri de novo, tentando afastar aquela ilusão de mim... O sono nunca tivera tanto efeito! Louca! Estava ficando louca! Antes de concluir qualquer pensamento, algo mais me surpreendeu - sim! Um dos palhaços ficou em pé no vagão que ocupava, com suas roupas balançando com o vento. Virou-se para minha direção, deu um pulo até o chão - não pergunte como conseguiu equilíbrio para cair exatamente em pé, sem sequer tremer ou balançar - e então se aproximou da minha janela. Aquele sorriso e aqueles olhos...os babados em volta do pescoço, a peruca rosa e toda aquela explosão de cores fazendo companhia para seu sorriso psicótico... wow! Meu coração parecia querer sair pela boca e eu não conseguia desviar os olhos dos olhos dele! Quanto tempo havia se passado? Ele olhava fixamente para mim, parecia conseguir ler minha...alma? Procurei uma razão plausível para tudo aquilo e não encontrando, me desesperei ainda mais. Sua face branca, a boca vermelha, o nariz típico e a maquiagem forte nos olhos... os olhos malditos e curiosos! Passou uma das mãos envoltas em luvas brancas de um lado para o outro, na altura dos meus olhos, como se quisesse saber se eu estava suficientemente presa em seu olhar... Sorriu e encostou o dedo indicador no vidro, traçando algumas palavras imaginárias ali. Arregalou seus olhos, acenou com a cabeça e então virou-se para a direção do trem, que agora estava parado do outro lado - ou era o meu trem que havia parado? Ou seriam os dois? O que diabos estava acontecendo? O palhaço correu, deu algumas cambalhotas no ar e parou do lado do trem que agora começava a deslocar-se, aumentando a velocidade mais e mais. A criatura esperou pelo último vagão e dependurou-se num ferro, na lateral do mesmo, partindo com o trem e saindo do meu campo de visão. Aos poucos o barulho provocado pelo veículo fora diminuindo até que por fim findou-se! Pisquei algumas vezes, encarando o vidro onde ele havia passado os dedos. Quase não acreditei quando aquelas três palavras, foram aparecendo até chegar num tom azul turquesa. Passei meus dedos pelo vidro, contornando as palavras que o palhaço escrevera do lado de fora e ao contrário para mim. Arregalei meus olhos inconscientemente e a frase cravou-se na minha cabeça e permaneceu comigo até que a voz do meu pai quebrou o torpor instalado em mim.
- Ei, vamos descer! - ele disse, bocejando.
Me levantei automáticamente e o acompanhei para fora do vagão. Rumamos para a escada mais próxima e um bocejo me veio. Tentei 'escondê-lo' com uma das mãos.
- O que é isso na ponta dos seus dedos? - meu pai perguntou, de repente.
"Isso o quê?" - pensei. Olhei para meus dedos e meu pai tinha razão. O que era aquilo? Eles estavam...azuis? Azuis iguais às palavras do vidro! Mas... não havia tinta do lado de dentro, sequer havia tinta do lado de fora... Minha cabeça deu voltas e mais voltas, tentando achar uma razão para tudo aquilo, mas estacionou apenas e novamente naquela maldita frase: "Open your eyes!"

- end

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Ele era apenas mais um desses garotos normais que a gente encontra por aí. Roupas simples, cabelo bagunçado e um sorriso comum. Nós nos conhecemos exatamente encima deste morro, há uns dois anos atrás. Eu estava aqui sentada, admirando a vista da cidade um pouco abaixo quando ele se sentou. Eu apenas continuei com meus olhos firmes no horizonte, enquanto ele tentava puxar assunto. Comentou algo estúpido como "está fazendo um lindo dia hoje...", suspirando de um jeito engraçado e deixando visível que usava de ironia para começar uma conversa. Desde então nunca mais deixamos de nos falar. Não marcávamos horários ou dias ideais. Apenas nos encontrávamos casualmente...

Conversávamos sobre todos os assuntos possíveis. Discutíamos idéias sobre filmes, livros e tevê. Aos poucos eu descobri sua história de vida e lhe contei a minha. Logo não havia pessoa que me conhecesse mais do que ele. Aquele era meu refúgio e dele também. Para comemorar as coisas boas, chorar, ficar em silêncio, observar as nuvens de algodão... Tudo debaixo daquele céu de aquarela, por vezes tingido de baunilha.

Às vezes nem mesmo um "bom dia" era necessário. Nós nos entreolhávamos e sorríamos. Pronto. Tudo estava esclarecido com aquele olhar e aquele sorriso. Nenhuma palavra era dita depois disso. O céu mudava de cor, a noite se abatia sobre nós e enfim nos despedíamos apenas com um aceno de cabeça e outro sorriso. Nosso primeiro abraço chegou num dia de garoa fina. O céu nublado e com aquele tom de cinza parecia querer retratar meu espírito. Não era um bom dia, mas bastou um abraço sincero e repleto de carinho e compreensão para que tudo se ajeitasse. Ele me entendia como ninguém e eu me sentia confortável para derramar lágrimas na sua presença, para dizer tudo que ficava entalado sobre as pessoas a minha volta. Eu me sentia liberta. Tive muitos amigos ao longo da minha vida, mas nenhuma amizade se compara aquela.

Certo dia ele chegou lentamente e sentou-se, cabisbaixo. Não havia sorriso e aquilo me preocupou. Eu sorri e perguntei se ele queria falar sobre o que estava acontecendo, mas ele mexeu a cabeça negativamente e apenas observou o céu. Respirei fundo, ainda preocupada, mas não quis tocar no assunto novamente. Deixei que ele falasse quando tivesse vontade. As horas se passaram e o crepúsculo tomou conta de tudo, trazendo algumas gotas de chuva consigo. Ele finalmente disse: "Eu vou embora." Aquelas três palavras me fizeram rir de um modo nada bom. Eu ria esperando que ele desmentisse a última afirmação. Mas não havia mentira em seus olhos. Respirei fundo novamente e fiquei em silêncio, tentando me acalmar. Preferi não questionar, encerrando o assunto com o caminho de volta pra casa. Passei quase dois dias sem vê-lo, sem poder encontrá-lo devido a chuva forte. Quando o sol apareceu naquele que seria o terceiro dia desde o ocorrido, eu corri o mais rápido que pude, com o coração acelerado, apenas desejando que ele ainda estivesse lá. Corri ainda mais depressa quando avistei seus cabelos bagunçados e o seu moletom surrado. Aproximei-me e sorri. Ele sorriu-me de volta. Nós nos abraçamos. Ele estava feliz em me ver, mas certa tristeza ainda rondava seu olhar. Eu havia pensado muito nos dias anteriores, sobre como seria aceitar aquilo que nos fora imposto e decidi tentar aceitar o mais rápido possível, já que não podia fazer nada.

Ele confirmou que iria embora e seria naquela noite. Seus pais precisavam dessa mudança e ele não poderia se opor a isso. Suas palavras me mostravam toda dor que sentia e eu não tinha o direito de me revoltar diante dele ou demonstrar qualquer sentimento que o pudesse machucar ainda mais. Fiquei calada, tentando evitar que as lágrimas invadissem minha face, mas era inútil. Ele me abraçou em súbito, enquanto eu chorava cada vez mais, sem conseguir me controlar. Sua voz doce sussurrou em meu ouvido: "Eu nunca vou me esquecer de você." as palavras sinceras dele agravaram minha angústia e eu não pude responder naquele momento. Apenas continuamos em silêncio, por um bom tempo, até que por fim ele disse que precisava ir. Eu o abracei com mais força, as lágrimas haviam secado. "Eu também nunca vou esquecer você, é uma promessa. E eu sei que ainda vamos nos encontrar, nem que seja em outra vida". Entreolhamos-nos pela última vez e ele seguiu seu caminho.

O garoto que um dia eu julgara comum tornou-se a coisa mais importante da minha vida num tempo curto. Não havia olhar ou sorriso que me cativassem mais do que os dele. O destino gosta de pregar peças nas pessoas, afinal. Mas as pessoas com seu jeito especial conseguem nos surpreender ainda mais do que a vida. Eu quero continuar acreditando no lado bom das pessoas. Quero continuar me surpreendendo com elas a cada dia. Não importa quanto tempo passe, tudo que foi bom continuará guardado em mim, assim como aquele sorriso e aqueles olhos.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Eu as ouço novamente.
As vozes ecoando na minha cabeça, sussurrando, assustando, me fazendo rir.
Eu os vejo. Todos eles. Um por um.
Girando ao meu redor, correndo, me hipnotizando... os vultos.
A música também está mais alta. É delicioso deixar que faça parte de mim.
- Eu não quero acordar!
Eu a sinto novamente, a loucura. Eu rio em alto e bom som, eu sussurro, eu os copio, eu os invejo. E me levanto, e acompanho seus passos, e danço e canto e giro e caio...
tic tac tic tac...
- Shiii! Parem com o barulho do relógio... O tempo se desintegrou!
tic tac tic tac - mais forte.
tic tac tic tac.
Um grito.
tic...tac...tic...tac...
Interrompeu-se.
- Eu só quero girar e girar e girar. Não quero o mundo ou o amanhã!
tic... tac...
E me deito e fecho os olhos. A música vai sumindo, os vultos dispersam, as palavras na minha cabeça param instantaneamente, e o relógio é quebrado.
...
Êxtase interrompido.
Alguém abriu a maldita porta do quarto e o mundo voltou a existir.
- Hora dos remédios...

sábado, 2 de maio de 2009

Noites de Yelda


Às vezes eu o odeio. Às vezes eu o amo. Mas, sem dúvida, o que mais me irrita é ver você fingindo que nunca aconteceu nada.
Eu o vejo cada vez mais como um boneco de neve... Que derrete mais a cada dia. Frio, instável, intocável, fadado a viver dias iguais e principalmente acomodado. Acomodado e sem a mínima esperança de esforço!
Eu só queria poder respirar fundo, olhar bem no fundo dos seus olhos e dizer: "Vá pra PUTA QUE PARIU e leve essas malditas lembranças!"
A mim restou apenas a ilusão de que, talvez, pudesse ser diferente. Mas suas ações fazem com que eu me distancie cada vez mais disso. Eu simplesmente não posso e não consigo dizer essas palavras porque eu sei que se dissesse, você simplesmente não se importaria. Isso é exatamente o que me prende a você... Eu sou covarde afinal.

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Em memória do que hoje são apenas personagens, que eu gostaria de eliminar completamente de minhas inconvenientes lembranças.
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"Te vejo errando e isso não é pecado. Exceto quando faz outra pessoa sangrar. Te vejo sonhando e isso dá medo, perdido num mundo que não dá pra entrar. Você está saindo da minha vida, e parece que vai demorar...
Mas você tá sempre indo e vindo, tudo bem.
Dessa vez eu já vesti minha armadura. E mesmo que nada funcione eu estarei de pé, de queixo erguido.

Eu não ficaria bem na sua estante, afinal!
Eu estava aqui o tempo todo, só você não viu."

sábado, 4 de abril de 2009

Prólogo

Ele caminhou a passos lentos em direção à ela, sentada no murinho de tijolos ao redor da bela fonte. Seus cabelos esvoaçavam com a leve brisa a garota mantinha os pés dentro d'água, de costas para ele que chegara sorrateiramente e então cobriu seus olhos com as mãos alvas.

- Eu sei que é você, Pietro! - ela riu, tentando afastar as mãos geladas dele.

- Ok, não tem mais graça... - ele suspirou, soltando-a e sentando-se ao seu lado, colocando os pés na água também. Ela agitava os pés, fazendo com que a água espirrasse um pouco, aparentemente divertindo-se com aquilo. Pietro observou atentamente seu sorriso inocente e perdeu-se por uns instantes. Adorava aquela sensação, de tê-la ao seu lado...

- Pietro, para de me olhar assim... Sabe que fico sem jeito! - soltou então um sorrisinho tímido e suas bochechas ficaram ligeiramente vermelhas.

- Ah, senhorita Sophia, deixe de frescura e me dê logo um beijo. - ele disse sorrindo e aproximando-se dela.

- Aqui não, senhor Pietro... Mamãe pode nos ver da janela! - disse e levantou-se, correndo pelo enorme jardim da mansão.

Ele a seguiu e os dois correram sob o céu vívido com nuvens que pareciam algodão; sobre a grama ainda úmida depois da garoa da noite anterior. Correram tanto quanto suas pernas conseguiram e largaram-se então na grama macia, ofegantes, porém com o mesmo sorriso de antes. Ficaram deitados, em silêncio por alguns minutos, observando o céu e deixando seus pensamentos fluírem enquanto a imaginação definia curiosas formas nas nuvens que pareciam mais próximas do que nunca.

- O que você está vendo? - Sophia perguntou, curiosa.

- Um navio... Bem ali! - ele apontou.

- Hmmm... Tem um coelhinho ali do lado! E uma tartaruga embaixo!

Pietro a encarou, observando seus olhos verdes, que mesmo sendo da mesma cor dos seus traziam algo diferente que ele não sabia definir. Ela o observou de soslaio e suspirou. - Você tá fazendo de novo...

- Fazendo o que?

- Me olhando desse jeito... Sabe que eu fico tím... - foi interrompida pelo doce e rápido beijo do outro e sentiu as bochechas queimarem definitivamente. Ficou em silêncio, perdida em seus pensamentos enquanto Pietro apenas observava as nuvens novamente, com um sorriso de vitória no canto dos lábios. - Acho que Deus realmente errou quando decidiu que seríamos irmãos gêmeos...

- Eu acho que ele acertou em cheio!

X

Fonte de inspiração: Desejo e Reparação (filme)
Apenas o prólogo de um novo conto.
"Se não há lugar, então não há limites para minha imaginação."

segunda-feira, 30 de março de 2009

Estava cansada dos dias, por deveras incompletos, e entediada diante da maçante rotina que instalara-se em sua vida e ali permanecia há muito tempo. Houve um tempo em que questionou o mundo e sentiu-se completamente frustrada diante da sensação de não ter as coisas feitas do seu jeito. Mas percebeu que seria melhor melhor fazer as vontades do mundo, ergueu a cabeça e construiu sua vida independente, aguardando o momento em que encontraria um motivo para continuar vivendo, ao invés de apenas sobreviver (como a maioria).

Havia usado todas as roupas novas e as antigas novamente, mas tal momento não apareceu. Não havia filmes, músicas ou livros que lhe chamassem a atenção. Porém, o trabalho, as contas sobre a mesa e o relógio com seu "tic tac" infernal continuavam ali, sem desistir ou demonstrar fraqueza.

Observou o revólver no fundo da gaveta por longos minutos. Fechou-a com força, ignorando seus pensamentos. Saiu de casa. Entrou no carro, colocou o cinto de segurança e dirigiu pela cidade com tranquilidade, observando as pessoas que atravessavam a rua e que traziam na expressão o cansaço, o tédio, a miséria e o medo. Seus olhos abatidos pareciam mais com os olhos de um robô, que vive no modo automático.

Dirigiu por demorados minutos, admirando a paisagem ao longo da estrada. Acendeu um cigarro e respirou fundo após uma profunda tragada. Parou o carro. Caminhou, descalça e com os longos cabelos esvoaçando com o vento, em direção ao precipício. Parou a centímetros da beirada e observou o mar lá embaixo, um tanto agitado. Sentiu a brisa suave que parecia completar seu espírito vazio...

Respirou fundo e olhou para o crepúsculo mais belo que já havia visto em toda sua vida. Deixou escapar uma lágrima, fruto da emoção de tal imagem divina. secou a lágrima rapidamente e olhou mais uma vez para baixo.
Estava decidida.
Buscava paz, tranquilidade e a esperança que lhe faltara em vida.
Fechou os olhos.
Pulou .