terça-feira, 1 de junho de 2010

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E estavam as duas gurias sentadas lado a lado, há algum tempo. Assim, olhando cada uma para seu horizonte infinito, sem olhar para o lado. Bateu um vento e o cachecol de uma foi brincar com os cabelos maiores da outra. Viraram-se. Cara a cara. Sorriram. E então decidiram dar as mãos e caminhar juntas pela grama, enquanto o vento batia, o mar abaixo do precipício trazia ondas quebrantes e tudo seguia em perfeita ordem. O sol se pôs. A lua chegou. O sol nasceu. A lua dormiu. O sol se foi. A lua chegou. O sol surgiu. A lua escondeu-se. E foi assim, dia após dia. Tudo era troca de sorrisos e flores e passeios e lugares bonitos. Até que começou a chover. Nuvens escuras tomaram conta de tudo e, naquele pequeno espaço onde só a felicidade reinava, tudo começou a ruir. Olharam-se espantadas e notaram que as mãos não estavam mais unidas. A chuva piorou e piorou e piorou. Entreolharam-se. A primeira correu. Correu e correu em direção ao precipício. A outra a seguiu, sem entender muito. Num segundo instante, a mesma primeira jogou-se buraco abaixo, caindo no mar. Mas pobre da segunda, espetou o pé no espinho de uma rosa vermelha, que por obra do acaso estava ali, parada na beira do precipício. Sentou-se ali, com o espinho no pé e não pôde pular também...
E continuou a chover, enquanto uma observava lá encima a outra nadando no mar de ondas furiosas. Enfim, ambas sufocando.

2 comentários:

  1. Eu...
    E-......
    Não tenho o que dizer.
    Foi mágico.
    Mágico, real e triste.
    Seu dom para subjetividade se aprimora a cada segundo.
    Sua criatividade é única.
    Seu dom é único.
    Verdade.
    Só verdade.

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  2. Eram namoradas?

    Pois eu vou ser do contra...

    Vou reescrevê-lo, ta?

    Rs rs rs

    Mas os créditos serão teus...

    Bjs!

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