sexta-feira, 27 de março de 2009

The real Life?

- Tome essas pílulas... - disse o homem estranho e com o par de óculos mais rídiculo que já encontrei na vida.

- Ok... - eu suspirei receosa, pensando o que tais comprimidos coloridos fariam comigo e onde ajudariam na minha conturbada vida. - Pra que elas servem? - perguntei finalmente.

- Você precisa de um pouco de verdade, garota! - ele disse, voltando sua atenção para algumas folhas sobre a mesa.

Eu continuei encarando-o, esperando alguma resposta melhor.

- Tenho outros pacientes, sabia! Até mais senhorita! - ele disse, num tom de ordem mas com a expressão ainda tranquila. Eu respirei fundo novamente e me levantei, batendo a porta ao sair daquele lugar que inspirava a loucura.

Caminhei pelos corredores para fora dali, ainda observando a caixa de comprimidos e depois examinando a cartela de coisinhas coloridas. Resolvi pegar duas, logo de uma vez, e as coloquei na boca sem medo. Afinal, não teria nada a perder... Nada aconteceu e eu continuei caminhando pelas calçadas sujas da cidade, rumo a minha casa. Foi então que uma vontade súbita veio a tona e eu parei no meio do caminho. Respirei fundo e comecei a correr, em direção à casa...dele?! Quando percebi já estava tocando a campainha impacientemente pela terceira vez, até que ele finalmente abriu a porta. Então eu o encarei por um segundo e tomei ar:

- Eu amo você! E eu não suporto mais o fato de tentar enganar a mim mesma! Eu sei que você é um cretino, estúpido e... cretino! Então eu não tô te pedindo nada... Pode ficar aí parado me olhando com essa cara de tonto. Pra mim já chega, estou tirando você oficialmente da vida... e saiba que essa brincadeira de sentimentos só funcionou na sua cabeça, porque eu nunca me deixei realmente levar por essa bobagem toda... Mas eu sou humana e não
pude não amar você, fato do qual me arrependo muitíssimo. - as palavras foram saindo da minha boca rapidamente, sem que eu pudesse detê-las e eu só conseguia observar seus olhos bonitos e brilhantes na minha frente.

- Hey, você tá bem? - ele perguntou assustado quando eu precisei tomar mais ar, depois de falar tanto.

Mas eu ignorei a pergunta. - Quer saber? Eu quero que você se FODA! - então eu lhe dei as costas e caminhei de volta para a rua, tranquilamente, com pensamentos insanos me atordoando e eu me questionando por que tinha feito aquilo. - Nossa, que roupa ridícula, senhora! - eu gritei, quando uma mulher estranha passava do meu lado com aquelas roupas que pareciam compradas com cinco reais.

Eu corri novamente, desta vez até o parque mais próximo e me sentei na grama. Estava cansada depois de correr e então decidi tirar minha blusa, ficando apenas com meu sutiã preto. Deixei a blusa de lado e me deitei na grama, estando então perdida em meus pensamentos e ignorando os olhares furiosos e de desaprovação sobre mim. Eu fiquei largada por um tempo, até por fim adormecer...

Então eu acordei. Mas acordei na minha cama com lençol rosa. Olhei em volta estava de fato no meu quarto, com o despertador tocando uma música legal, programado por mim na noite anterior. Sim, eu estava acordada e estava de volta ao mundo real. Ao mundo hipócrita, onde eu deveria saber medir minhas palavras e teria que controlar minhas ações para que minha
mãe não me internasse. "Foi apenas um sonho, afinal!" - pensei, enquanto me levantava e me conformava com aquele mundo. Mas algo ainda me incomodava, então eu caminhei até o telefone e disquei aquele número que sabia decor. Após uns segundos ele atendeu, com a voz muitíssimo sonolenta e baixa. "Alô?" - ele disse e depois bocejou. Então eu respirei fundo e disse: Eu quero que você se foda! - então desliguei o telefone com um sorriso, como se tivesse tirado um peso enorme das costas e fui preparar meu café da manhã.

2 comentários:

  1. oh yeah baby!
    amei esse texto! e estou gostando muito do rumo que o seu novo blog está tomando!
    estarei sempre por aqui ^^ vou ter uma overdose dos seus contos, uhuul! \o/

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